segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Crónicas do Águia Que Voa 2

Rituais de Passagem

Águia Que Voa acordo mais uma vez em minha tenda. Ter que precisar de aulas de gramática para que possa escrever melhor a minha história.
Este era dia importante para tribo e para mim também. Estar-se a aproximar o Festival das Festas em que a nossa tribo se junta à tribo dos Panaewakaui para fazer jogos e trocar mulheres:um objecto que para nós corresponde a uma segunda moeda. Mas, antes do Festival das Festas temos a Festa dos Festivais em que muitas coisas acontecem dentro da nossa tribo.
A manhã de hoje da Festa dos Festivais começa com o ritual de passagem dos jovens para adultos que todos os rapazes da tribo têm que fazer.
Toda a tribo foi a uma zona norte do rio Molembuluga, sítio onde o rio corria lá em baixo numa ravina, mas as pessoas estão cá em cima, a menos que se atirem da ravina, para verem o ritual de passagem. Ritual consiste em jovem atravessar a ponte de pouca segurança e chegar ao outro lado do grande precípicio.
Este ano só havia um jovem que ia fazer essa prova, era o filho mais velho do Escama de Falcão: Pinheiro Que Cai. Ele estava nervoso, esta era a sua prova final. Antes ele ter passado dois meses longe da tribo, vivendo em cavernas com os ursos e os lobos, como ele disse.
A cerimónia começa e o jovem Pinheiro Que Cai decide atravessar a ponte insegura.
A mim também me foi dado papel importante na cerimónia pelo chefe Voa Com Os Ursos, o papel de cortyar as cordas que seguram a ponte.
Foi com muito prazer que cortei as cordas e vi Pinheiro Que Cai a cair. Se ele se conseguir manobrar no ar, não se aleija muito.
Ele teve sorte: caiu nas águas assassinas do Molembuluga e ia começar a trepar alta ravina até chegar cá acima enquanto outro membro da tribo lançava rochedos grandes para fazer Pinheiro Que Cai cair outra vez e partir o osso da cabeça.Esse membro era o aleijado da nossa tribo que não tinha conseguido passar o ritual de passagem e não morreu. Chama-se Avestruz Sem Pernas e não tem braços.
Entretanto, o bom amigo Pedra Sentada vem falar comigo em privado:
"Águia Que Voa, muito obrigado por teres trazido aqueles frutos mágicos que fazem crescer cabelo.", disse ele, e depois, disse eu: "Mas não haver provas de que resultaram, pois tu, Pedra Sentada, filho de Castanheiro Impotente, ainda és careca."
"Sim, mas os frutos deram resultado noutro lado, pois agora, milagre dos deuses!, cresceram-me cabelos na boca!", e Pedra Sentada abriu a boca e eu contemplei com admiração.
"Ouve, Águia Que Voa, tu és um bom amigo da tribo e um bom amigo meu, tu teres lutado para me livrares do carequismo e eu te agradeço, embora não possa voltar a comer sopa, por isso quero te convidar para vires comigo a um sítio muito especial..."
"Que ser?", perguntei com curiosidade.
"Vamos às termas dos Panaewakaui."
"Termas?", dizer eu,"Termas?" dizer outra vez,"Termas? Mas termas são coisas usadas por mulheres!"
"Sim, as mulheres dos Panaewakui. As deliciosas virgens!", disse Pedra Sentada muito entusiasmado, "Já pensaste bem, Águia Que Voa? Vai ser uma festa das festas!Podemos ter muitas antes de um de nós ficar com uma só!"
"E se não estiver lá ninguém?", perguntei eu.
"Isso não vai acontecer se lá formos hoje à noite, uma semana antes do Festival das Festas, quando todas as jovens virgens se vão banhar."
"Eu alegre! Ir contigo desfrutar da carne das jovenzinhas."
"Então,", disse Pedra Sentada, "Esta noite encontra-te comigo debaixo do Carvalho Velho: a árvore e não o guerreiro, para que possamos ir até às termas dos Panaewakui! Vais ver como vai ser bom, até vamos transformar a água em sangue!"
"Viva!"
Eu fiquei a pensar muito no assunto, e quando voltei ao local do ritual já Pinheiro Que Cai tinha subido e desmaiado depois de tanta violência.
Depois, por ter sido eu a cortar a ponte, Escama de Falcão, o pai de Pinheiro Que Cai, convidou-me para o seu ostentosos almoço em sua tenda. E eu gostei muito, mas só pensava no que seria naquela noite o banquete.

_StormRaven_

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